Um homem arruma suas coisas em um saco plástico enquanto os primeios ônibus do dia cruzam a Esplanada dos Ministérios, centro administrativo do Brasil, em direção à Rodoviária do Plano Piloto. Apesar de ser um lugar de passagem, a Rodoviária também serve de abrigo temporário a muitas pessoas sem ter aonde ir.
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Um milhão de pessoas passam diariamente pela Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. O terminal é um ponto de encontro e de ligação entre o Plano e as cidades-satélites, que servem de cidades-dormitório para centenas de milhares de trabalhadores que precisam se deslocar por dezenas de quilômetros para chegar ao trabalho no centro do Distrito Federal. Essa multidão constante é exceção em uma cidade repleta de espaços vazios e de ruas alienantes, pouco propensas ao caminhar e à interação entre seus habitantes. Além de lugar da passagem, as marquises da Rodoviária também servem de primeiro abrigo para quem chega de longe em busca de oportunidades na capital. Essa série é um retrato desses passageiros, muitas vezes imersos em momentos de solidão e expectativa em meio ao caos.